O juiz que comandava a “maior operação” contra corrupção, pode terminar como investigado criminalmente do maior desvio de dinheiro público em processo judicial
Os últimos acontecimentos têm escancarado as verdadeiras, inconfessáveis e nada republicanas intenções da Operação Jato. O que se vê é abissalmente distante do propagado combate à corrupção e nem mesmo se pode associar a instrumento jurídico de propagação da ideologia de extrema-direita do ex-presidente, ao qual Moro e Dalagnol serviram tão docilmente. Não, caríssimo leitor. O que se tem aqui é a velha operação “rachid”. O que propulsava a sanha persecutória que deu motivo ao maior case de lawfare no Brasil, era o bom e velho “faz-me-rir”.
Aquilo que antes era uma espécie de dogma, e os jornalistas que ousamos criticar bem sabemos, trata-se de um projeto pessoal, uma maneira de dar outro rumo a parte do dinheiro levantado nos acordos de leniência da Lava Jato. E era muito dinheiro mesmo, valor mil vezes maior do que o do preço do triplex do Guarujá, que levou Lula, injustamente a prisão.
Segundo uma fonte ligada a justiça do Paraná, a Fundação Lava Jato chegou a ter até CNPJ. Só não foi para frente porque o ministro Alexandre de Moraes suspendeu, em 2019, a intenção da ONG de Moro e Dalagnol em gerir os recursos que por direito pertenciam ao país.
Em tempo, achei estranho a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) se manifestar contrária à decisão do corregedor Luís Felipe Salomão de afastar a juíza Gabriela Hardt e três outros magistrados que atuaram em processos da Operação Lava Jato. Por que não fizeram o mesmo quando o juiz Eduardo Appio foi punido?