Integrantes de igrejas evangélicas afirmam que a agressividade do bolsonarismo ao cobrar dos eleitores foi mal digerida por algumas lideranças
247 – Líderes de igrejas evangélicas estão criticando a influência de políticos de direita entre os seus fiéis após serem cobrados por bolsonaristas para que apoiassem seus candidatos nas eleições municipais deste ano, informa O Globo. Alguns pastores defendem a ideia de uma reposicionamento das igrejas para se desvencilhar do discurso bolsonarista.
No Rio de Janeiro e em São Paulo, pastores de denominações como a Assembleia de Deus de Madureira e a Igreja Universal do Reino de Deus manifestaram incômodo com o “patrulhamento” de bolsistas durante as eleições. Nas eleição fluminense, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegaram a acusar pastores que não apoiavam Alexandre Ramagem (PL) de terem “se vendido” para o prefeito Eduardo Paes (PSD).
Entre os evangélicos alvos do bolsonarismo estão o pastor Cláudio Duarte, organizador da Marcha para Jesus, e o bispo Abner Ferreira, líder da igreja de Madureira no Rio, que apareceram em mensagens de apoio a Paes. O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), ligado à igreja de Madureira, verbalizou esse incômodo.
“Até pouco tempo atrás, o eleitor evangélico não era enxergado pela política. Agora, muitos passaram a dizer a esse eleitor que quem vota em um lado do espectro político é de Deus, e quem não vota é do diabo. Minha luta é para devolver a igreja ao lugar onde sempre deveria ter estado, de representante do Senhor, e não de um lado político”, afirmou.
Esse incômodo fez com que as igrejas adotassem mudanças sutis em seus discursos. A Igreja Universal, por exemplo, afirmava em 2022 que “cirstão não vota esquerda”. Agora, em seus canais oficiais, os discurso é de que a igreja não pode ser nem de esquerda, nem de direita”.