A cada dois anos tem eleições, e chamam a atenção em cada pleito a quantidade de promessas e o desfile de vaidade daqueles que pleiteam mandato eletivo. Faz lembrar aquele homem apaixonado que, pra conquistar o coração da amada, exalta ao máximo as próprias qualidades, sela juras de amor eterno e, quando alcança o objetivo, não raro mostra a sua verdadeira face. São Luís, a linda ilha do Amor, há tempos amarga essa espécie de desilusão amorosa com cada pretendente, que se torna, tempos depois, o seu grande “feminicida”, sepultando seus sonhos de tornar-se um lugar melhor para se viver.
Ao ouvir em recente reunião Braide admitir que nem tudo consegue fazer, por razões que se sobrepõem a sua vontade, lembrei do Braide da época de campanha, tão bem-falante e com soluções para todas as demandas da cidade. 2023 chegou e o que ainda se ouve é o famigerado discurso da herança maldita do namorado anterior, ops… gestor anterior, e por incrível que pareça ainda há quem respalde essa desculpa, achando que o prefeito tá coberto de razão.
Ano que vem é ano eleitoral e mais uma vez, como numa espécie de passe de mágica, veremos as obras se multiplicarem pela paisagem urbana, para ludibriar o eleitor e induzi-lo a renovar o mandato do gestor. Impossível não imaginar a mulher que a todo tempo perdoa seu algoz, acreditando que dessa vez vai ser diferente , ciclo que só se encerra quando ela decide dar um basta ou ocorre uma tragédia. E assim seguimos, almejando mudanças que se procrastinam o tempo todo, mas com a esperança de um dia encontrarmos um amor de verdade, que não prometa tanto , mas que realize o que sonhamos.
Nossa Ilha do Amor merece conhecer e viver esse sonho, mesmo que pareça uma eterna utopia. O que falta é mudar o enredo e o protagonista dessa trama.
Texto: Poliana Gatinho (Turismóloga, mãe do João Lucas, ativista pela inclusão no Maranhão)
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