Posicionamento de Freire Gomes foi feito quando Bolsonaro considerava utilizar instrumentos como a GLO, estado de defesa ou estado de sítio para atentar contra a democracia
247 – O ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, afirmou em seu depoimento à Polícia Federal (PF), no âmbito do inquérito que apura um suposto plano de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o então comandante do Exército, Freire Gomes, comunicou a sua intenção de prender Jair Bolsonaro (PL) caso este tentasse levar adiante a intentona golpista.
“Depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de alguns institutos previsto na Constituição (GLO ou estado de defesa ou estado de sítio), o então comandante do Exército, general Freire Gomes, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o presidente da República”, disse o brigadeiro em seu depoimento, de acordo com a Folha de S. Paulo. A afirmação de Baptista Júnior foi dada no inquérito das milícias digitais, que investiga a tentativa de golpe discutida em reuniões convocadas por Bolsonaro após o segundo turno das eleições de 2022.
O ex-comandante da Aeronáutica também descreveu como ele e o chefe do Exército se opuseram à tentativa de golpe, enquanto o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, colocou as tropas à disposição para discutir as minutas apresentadas por Bolsonaro.
Freire Gomes também informou à PF que a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, era a mesma versão apresentada por Bolsonaro aos chefes das Forças Armadas em uma reunião realizada em dezembro de 2022.