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Há um arranjo discreto, mas nada inocente, em operação na Câmara Municipal de São Luís. Um gabinete inteiro, recém-instalado, funciona sob a influência direta de uma liderança federal que, há meses, monitora cada movimento do Legislativo da capital. A parlamentar responsável pelo mandato formal apenas chancela o que já chega previamente desenhado.
Todas as nomeações, despachos internos e prioridades políticas seguem o alinhamento traçado fora da Câmara. O chamado “aval” da vereadora virou um gesto protocolar: cumpre-se a assinatura, mas a orientação real vem de quem observa a cena municipal com ambições bem maiores que as de um mandato de bairro.
No papel, trata-se de uma parlamentar de primeiro mandato, ansiosa por consolidar presença. Na prática, o gabinete se converteu em extensão de um projeto que mira 2026 e não esconde o interesse em ocupar terreno na Câmara. O protagonismo da vereadora se limita a aparições em solenidades, fotos oficiais e agendas sem conflito, enquanto o cotidiano político, o que realmente define um mandato, está nas mãos de terceiros.
O risco é evidente. Transferir a condução do gabinete para estruturas externas fragiliza a autoridade da vereadora, cria tensões internas e abre brechas para questionamentos futuros, inclusive sobre a natureza das nomeações e dos pagamentos que sustentarão o mandato ao longo dos próximos anos. Quando as decisões são tomadas por fora, sobra pouco espaço para autonomia


