
A cada intervenção na tribuna, o deputado Rodrigo Lago reforça uma marca de seu discurso: fala carregada de mágoas pessoais e ressentimentos políticos.
Longe da coerência política e da crítica técnica, o parlamentar tem preferido apostar em ataques de caráter pessoal, com retóricas cheias de ironias e carregado de exageros, que soam mais como desabafos apaixonados do que como fiscalização séria da gestão estadual.
Exemplo claro foi o pronunciamento recente em que acusou o governador Carlos Brandão de comandar o que chamou de “governo do luxo”.
Em tom inflamado, e para sustentar a denúncia vazia, Lago fez questão de repetir a palavra “luxo” dezenas de vezes, transformando qualquer gasto administrativo — de residências oficiais a deslocamentos de avião — em supostos símbolos de ostentação. Quando foi secretário da Transparência do Governo Dino, não foi capaz de ter a mesma interpretação para os gastos de seu tutor.
No mesmo discurso, o deputado chegou a se contradizer em valores, alternando valores de gastos para a mesma denúncia. Uma hora R$ 40 milhões, outra R$ 36 milhões para o mesmo objeto do choro. Mais do que isso: apelou para comparações distorcidas, como a de que o custo de uma viagem oficial seria o motivo da falta de colchões em hospitais, mostrando desprendimento com o aprendeu na Universidade, pós-graduações e na vida pública, quando fez passagem pelo Executivo. Ignorou regras básicas de separação orçamentária.
O que mais chamou atenção foi a amargura e o teatro protagonizado por Lago.


