
A investigação referente à “Rifa do Carro Zero”, promovida há pelo menos quatro anos pelo Clube dos Oficiais da Polícia Militar do Maranhão (COPM), ganhou novos desdobramentos após declarações de um dos prestadores de serviço responsáveis pela comercialização das cartelas. O empresário, que procurou esta redação para apresentar sua versão e nega qualquer envolvimento em irregularidades, aponta que a responsabilidade pela execução do sorteio e pela prestação de contas seria do presidente da entidade, Willians Dourado Costa.
Atuação restrita à comercialização das cartelas
De acordo com o prestador, sua empresa — com mais de 15 anos de atuação e experiência em serviços prestados a instituições de segurança pública, como SIPOL, Associação dos Delegados e ASPFEM — tinha como atribuição exclusiva a venda das cartelas da rifa.
A condução do sorteio, assim como o gerenciamento financeiro, seria de responsabilidade direta do presidente do COPM.
Dificuldades para acesso à prestação de contas
O empresário relata que, ao longo do período de parceria, seus pedidos de acesso a extratos bancários e informações financeiras foram reiteradamente negados. Ele afirma que todas as prorrogações do sorteio eram autorizadas formalmente por Willians Dourado, que assinava no verso das cartelas e emitia comunicados oficiais às instituições e à imprensa.
Apreensão de documentos e materiais
Segundo o relato, após a repercussão das denúncias em blogs e redes sociais, o presidente teria ingressado na sala utilizada pela empresa no COPM do Araçagy, recolhendo canhotos de cartelas e documentos de propriedade da empresa.
Alteração contratual sem anuência
O prestador de serviço afirma ainda ter identificado uma alteração unilateral em uma das laudas do contrato, que teria modificado dispositivos a fim de retirar responsabilidades atribuídas ao presidente, transferindo-as integralmente à empresa — inclusive de natureza civil, administrativa e criminal. A adulteração, segundo ele, foi constatada porque o documento apresentava data divergente do contrato original, guardado pela empresa.
Ausência de transparência sobre valores arrecadados
Conforme as informações apresentadas, a empresa nunca teve conhecimento do montante arrecadado com a rifa, visto que todos os depósitos eram efetuados diretamente na conta do COPM, sob controle exclusivo do presidente. Questionado sobre os valores, Willians Dourado teria respondido de forma ríspida, alegando que o total “ainda não havia completado”.
Cancelamento sem justificativa formal
O empresário relata que recebeu comunicação sobre o cancelamento da rifa sem apresentação de motivos formais, o que teria causado prejuízos diretos à empresa. Segundo ele, a decisão ocorreu em seguida à divulgação pública das denúncias.
Considerações finais
Os depoimentos apresentados reforçam a necessidade de investigação aprofundada por parte das autoridades competentes. As denúncias sugerem possíveis irregularidades envolvendo falta de transparência financeira, alteração indevida de documentos contratuais e suposto abuso de autoridade, colocando o presidente do COPM no centro das suspeitas relacionadas à gestão da rifa do veículo.


