Relatório aponta transferências de R$ 345 mil do IMF para ex-presidente Antônio Américo e familiares

Um relatório da intervenção judicial que administra a Federação Maranhense de Futebol (FMF) e o Instituto Maranhense de Futebol (IMF) identificou transferências bancárias de contas do instituto para o ex-presidente Antônio Américo Lobato Gonçalves e seus familiares, no valor total de R$ 345.828,20. As movimentações ocorreram nos últimos dois anos, segundo o documento apresentado pela interventora judicial Susan Lucena Rodrigues à Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís.

O relatório integra a Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA), que apura irregularidades administrativas e financeiras na gestão anterior da FMF. Além das transferências diretas, o documento também relata saques em espécie que somaram R$ 1,7 milhão em 2025, e indícios de confusão patrimonial entre as contas da FMF e do Instituto Maranhense de Futebol, ambos sob comando de Américo até a decretação da intervenção.

A interventora solicita ao juiz responsável pela causa a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Antônio Américo e dos demais 16 réus, para esclarecer a origem e o destino dos valores movimentados. O pedido também inclui a intimação de empresas que prestaram serviços à federação, a exemplo da AJL Agência de Viagens e Turismo e da IDE Productions, para que detalhem os contratos e repassem informações sobre pagamentos realizados pela antiga administração.

Além dos indícios de desvios, o relatório aponta dívidas acumuladas da FMF superiores a R$ 2,1 milhões, entre débitos fiscais, previdenciários e trabalhistas. A intervenção judicial segue com prazo de 90 dias, período em que deverá concluir o levantamento contábil e convocar novas eleições para a presidência da entidade, em meio ao esforço de reorganizar as finanças, recuperar a credibilidade institucional e garantir transparência na gestão do futebol maranhense.

Outro lado

Procurado pelo Imirante, o presidente afastado Antônio Américo disse que as transferências foram legais, mas negou que tenha realizado os saques apontados pela interventora.

“A única questão que vou me manifestar é sobre as transferências, que foram feitas de forma transparente e clara, são absolutamente legais, tenho como provar, mas somente o farei em juízo. Quanto aos saques, posso afirmar que não fiz nenhum”, disse.

No documento, Lucena aponta que chegou a solicitar do Itaú cópias das imagens dos caixas eletrônicos onde foram realizados os saques, o que foi negado pelo banco.

Blog do Gilberto Léda

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ajude o Blog do Sidnei Costa

Faça um Pix de qualquer valor e contribua para manter nosso trabalho. Clique no botão abaixo para copiar a chave Pix.

Chave Pix: 72412763372
Publicidade
Publicidade