Entrevista exclusiva com empresário revela uso de recursos públicos para disseminar desinformação nas eleições municipais de 2024
O radialista Minard trouxe à tona uma denúncia grave envolvendo o uso de dinheiro público para financiar uma campanha de fake news durante as eleições municipais de 2024 em Santa Inês, Maranhão.
Em entrevista exclusiva, o empresário Thayron Henrique Silva, proprietário da 7 Publicidade do Brasil LTDA, confessou ter sido contratado para liderar uma operação de desinformação contra opositores do então prefeito e atual gestor reeleito, Felipe dos Pneus.
Segundo Thayron, a campanha teve início em 2022 e se intensificou no período eleitoral, com foco na candidata Solange Almeida e seu esposo, Almeida Sousa. O empresário afirmou que os pagamentos pelos serviços prestados foram realizados por meio de empresas com contratos com a Prefeitura de Santa Inês, muitas das quais seguem prestando serviços na atual gestão, mesmo após a reeleição.
“Fui contratado para atacar a oposição, plantar notícias falsas e criar uma narrativa. O dinheiro vinha de empresas que tinham contrato com o município — e muitas continuam tendo até hoje. É um esquema que movimentou muito dinheiro público para manipular a opinião da população”, declarou Thayron durante a entrevista.
Empresas e valores envolvidos
Thayron revelou que os pagamentos por seus serviços foram realizados através de diversas empresas que mantêm ou mantiveram contratos com a gestão municipal, incluindo:
Vivaz Serviços Médicos Hospitalares LTDA – R$ 52.300,67
WR Comércio e Construção EIRELI – ME – R$ 37.895,53
Droga Rocha Distribuidora de Medicamentos LTDA – R$ 132.435,81
Ecomax Construções e Serviços EIRELI – R$ 40.000,00
C3 Consultoria Tributária LTDA ME – R$ 20.000,00
Além disso, o empresário afirmou que os dados utilizados para os disparos em massa foram extraídos de bases públicas, como o Cadastro Único e bancos de dados da Secretaria de Saúde de Santa Inês.
Investigação em andamento
As denúncias estão sendo investigadas no âmbito das operações “Tríade” e “Free Ride”, coordenadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO/MP-MA), Controladoria-Geral da União (CGU) e Polícia Federal, que apuram crimes de desvio de verbas públicas, formação de organização criminosa e fraude eleitoral.
A deputada estadual Solange Almeida, uma das principais vítimas da campanha de desinformação, reagiu com indignação às revelações.
“Fui massacrada com mentiras, humilhada diante da minha família e da população que confia em mim. Tudo arquitetado com dinheiro que deveria estar sendo usado para cuidar das pessoas, e não para destruir reputações”, desabafou.
A coragem do radialista Minard em divulgar essa denúncia reforça a importância do