Presidentes do Brasil e dos EUA se encontram na Cúpula da Asean para discutir tarifas e tensões regionais
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, terão um encontro neste domingo, 26 de outubro, em Kuala Lumpur, na Malásia. A reunião ocorrerá durante a 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean). De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, o encontro ainda não foi oficialmente confirmado nem pelo governo brasileiro nem pela Casa Branca. O Itamaraty, no entanto, já havia deixado “janelas abertas” na agenda de Lula, sinalizando que o encontro estava em planejamento. O presidente brasileiro está em viagem pela Ásia e deve retornar a Brasília no dia 28.
Local neutro e agenda estratégica
O encontro foi marcado em um local considerado neutro pelas duas partes, um gesto diplomático importante diante das diferenças entre os dois países em temas comerciais e políticos. Esta será apenas a segunda vez que Lula e Trump se reúnem pessoalmente. O primeiro contato foi breve, durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York.
Posteriormente, ambos conversaram por telefone, ocasião em que Lula teria pedido a revisão da sobretaxa de 40% imposta por Washington sobre determinados produtos brasileiros.
Diplomacia em andamento
Após o diálogo inicial, o chanceler Mauro Vieira se reuniu em Washington com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. “O encontro foi auspicioso”, declarou Vieira na ocasião, destacando o tom amistoso das conversas entre os dois governos. O Brasil vê o encontro em Kuala Lumpur como uma oportunidade para estreitar relações com Washington, especialmente no campo econômico, em meio a um cenário global de crescente competição comercial e política.
A expectativa é de que as discussões abordem, além das tarifas sobre exportações brasileiras, as recentes tensões entre os Estados Unidos e países latino-americanos, como Venezuela e Colômbia. Fontes do Itamaraty afirmam que o governo brasileiro pretende adotar uma postura diplomática equilibrada, evitando confrontos diretos, mas sem abrir mão da defesa dos interesses nacionais.