Flávio Dino adota postura deselegante e ignora autoridades maranhenses em evento nacional

O que deveria ser um momento de institucionalidade e respeito entre os Poderes acabou se transformando em uma demonstração pública de desatenção e deselegância. Durante a abertura do XVI Encontro do Conselho de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil, realizada nesta quarta-feira (30), em São Luís, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, protagonizou uma cena que deixou evidente o descompasso entre o discurso de civilidade e a prática adotada por quem ocupa um dos cargos mais relevantes da República.

Ao adentrar o evento, Dino simplesmente ignorou a presença da presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputada Iracema Vale (PSB), e do procurador-geral do Estado, Valdenio Caminha. Ambos estavam devidamente posicionados na mesa de abertura, representando dois dos pilares institucionais do Estado: o Legislativo e a Procuradoria-Geral. Nenhum gesto de cortesia, nenhum cumprimento, nem sequer um olhar, um comportamento que, para muitos, beirou o desprezo.

O desconforto foi perceptível entre autoridades e convidados. Afinal, a ausência de um gesto mínimo de cordialidade não passou despercebida em um ambiente repleto de representantes do Judiciário de todo o país. O episódio soou ainda mais contraditório diante do entusiasmo exibido pelo ministro minutos depois, quando Flávio Dino fez questão de abraçar o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), com quem trocou sorrisos largos. Para quem conhece a história política recente do Maranhão, a imagem beira o surreal: Dino, outrora crítico ferrenho de Braide, agora parece não poupar afagos ao antigo adversário.

A cena, por si só, fala muito. Enquanto Iracema Vale, primeira mulher a presidir a Assembleia Legislativa, e Valdenio Caminha, nome de confiança do governador Carlos Brandão, foram solenemente ignorados, o chefe do Executivo municipal que Dino combateu durante sua trajetória política recebeu tratamento privilegiado. O gesto escancarou, mais do que uma simples preferência pessoal, uma estratégia política evidente de quem, embora esteja hoje fora da arena eleitoral, segue atento e atuante nos bastidores do jogo de 2026.

O comportamento de Flávio Dino destoa da liturgia exigida para um ministro da Suprema Corte. Espera-se, no mínimo, equilíbrio institucional, sobretudo quando se está em solo natal e diante de representantes legítimos dos Poderes constituídos. Ignorar autoridades locais em um evento de projeção nacional não apenas revela descortesia, como também compromete a imagem de isenção e grandeza que se espera de um membro do STF.

 

 

 

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