
Spoiler: será o mesmo de sempre. Rodrigo Lago, em mais um momento de catarse pública, deve subir à tribuna para repetir pela enésima vez as suas três coisas que tem tirado o seu sono: a “missão de Brandão na Europa”, a compra de tablets para alunos e, claro, seu incômodo com pautas sociais que buscam reduzir vulnerabilidade no Maranhão, a exemplo do Maranhão Livre da Fome.
É o chamado jus esperneandi em sua forma mais pura: o direito sagrado de espernear. Rodrigo Lago tem exercido esse dom com disciplina exemplar, transformando cada sessão em uma terapia coletiva — onde suas lágrimas encontram eco em apartes solidários.
E quando a tribuna não basta, o deputado recorre ao Judiciário, como quem procura um ombro amigo para enxugar as mágoas. Afinal, se não dá para convencer no plenário, sempre resta a esperança de uma sentença para limpar as lágrimas.
No fim, não é discurso parlamentar, é novela repetida: as mesmas falas, os mesmos exageros e a mesma indignação performática. O roteiro já está escrito, e o público já conhece o desfecho. Ninguém mais ouve.


