Buriti, um município localizado a cerca de 320 km de São Luís, é uma terra de grande potencial agrícola e econômico. Mas, apesar das riquezas naturais e da força do seu povo, a cidade vem sendo palco de um drama que escancara o descaso com a saúde pública. O que deveria ser um direito básico virou sinônimo de humilhação e sofrimento para os moradores.
O caso mais recente, amplamente denunciado nas redes sociais, expôs a precariedade do hospital municipal. Luís Piratinga, um cidadão buritiense, não conteve a indignação ao ver sua esposa, internada, ser forçada a permanecer sentada em uma cadeira por se recusar a deitar em um colchão sem lençol. O vídeo gravado por ele mostrou o desespero de quem precisa de atendimento médico em uma unidade de saúde onde a higiene e o conforto parecem não ser prioridade.
Relatos de outros pacientes e acompanhantes reforçam o cenário alarmante: sujeira, falta de estrutura e descaso. O contraste entre a realidade do hospital e as promessas de campanha do prefeito André Gaúcho gera revolta. Durante a eleição, ele garantiu melhorias na saúde, mas, na prática, os buritienses continuam sem o suporte necessário para um atendimento digno.
Diante da crise, aliados da gestão municipal optam pelo silêncio, enquanto o prefeito e seus apoiadores tentam atribuir o caos à administração anterior, de Arnaldo Cardoso. Para a população, essa justificativa já perdeu credibilidade. O que se vê, na verdade, é um governo que falha em garantir um direito fundamental.
Buriti merece mais. Os moradores, que diariamente enfrentam dificuldades para sobreviver e prosperar, não podem continuar reféns de um sistema que os abandona no momento de maior necessidade. O sofrimento dos pacientes é um reflexo da falta de competência e compromisso de uma gestão que deveria, antes de tudo, cuidar de sua gente.