Quando o Flávio Dino decidiu sair da vida política e retornar ao Judiciário ele abdicou da liderança do seu grupo.
E hoje, arrependido ou não sabendo a posição que ocupa, Flávio Dino quer ter controle do grupo que já liderou.
Não há como voltar no tempo.
Os fatos políticos que decorreram nos últimos dias tem mostrado quem é o verdadeiro líder do grupo que saiu vencedor nas urnas em 2022: Carlos Orleans Brandão Júnior.
O governador Carlos Brandão tem razão ao não confiar entregar o comando do estado. As instabilidades político-jurídicas no estado do Maranhão o fazem refletir neste sentido. Fora do expediente político, o ministro do STF, Flávio Dino, ainda pensa que é o governador do Maranhão.
No seu currículo pode colocar a vitória em primeiro turno na eleição e reeleição. Ter governado o estado em meio a uma crise política nacional, com impeachment de Dilma e nos governos Temer e Bolsonaro, além do desafio de ter passado pela maior pandemia de nossos tempos.
Mas uma coisa Flávio Dino ainda não pode cravar na sua história: ditar os rumos políticos do Maranhão sentado em uma das 11 cadeiras do Supremo Tribunal Federal. Até porque a constituição não permite e o Brasil já está de olho nos interesses de Dino pelo Maranhão.
Não é só isso que impede a ingerência de Flávio Dino, mas pelo meio do caminho ele encontra a liderança de Carlos Brandão que conseguiu unificar a classe política do estado. Enquanto o expediente de Dino era pelo medo, Brandão conquista e mantém seus aliados na base do diálogo, um líder carismático com seus pares.
No discurso desta quarta-feira (14), o deputado estadual Yglésio Moyses sinalizou a abertura de diálogo de Brandão com os dinistas que querem montar o motim. “Saiam enquanto vocês podem. Não adianta! Todo o mundo sabe que Flávio só usa as pessoas, gente, só usa! Só usa! Aí, vocês ficam com uma antipatia que não é de vocês. Vocês são pessoas boas, simpáticas, bons colegas, trabalhadores”, disse o deputado ao chamar os dinistas para uma mesa de diálogo com o Palácio dos Leões.
