Ex-presidente ataca STF, minimiza tentativa de golpe e insinua que sua prisão geraria “comoção nacional”
Denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) voltou a se vitimizar em entrevista ao jornalista Leo Dias, publicada nesta terça-feira (25). Em um discurso carregado de ataques ao Judiciário, o ex-presidente afirmou que considera sua condenação provável e alegou que, caso seja preso, pode “morrer na cadeia”.
“Se for condenado por tudo, são mais de 40 anos. Eu não vou viver mais [do que isso]”, disse Bolsonaro, insinuando que sua prisão serviria apenas para eliminá-lo. “Para algumas pessoas importantes, não interessa eu preso, interessa eu morto.” Ainda segundo ele, sua eventual detenção provocaria reações significativas: “Eu preso vou ser um problema também, vai haver uma comoção nacional”.
Na entrevista, Bolsonaro fez ataques diretos ao STF, especialmente à Primeira Turma, que julgará sua denúncia. “Se você analisar uma turma com a outra, essa turma que eu estou tem um apelido, né? Câmara de gás. Entrou ali…”, disse. Questionado sobre a origem do termo, respondeu: “É o que a gente ouve falar por aí”. O colegiado é composto pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.
Sobre a possibilidade de sua esposa, Michelle Bolsonaro, disputar a Presidência em 2026, Bolsonaro descartou a ideia. “Não vai cair bem esse papo de cavalheiro para mim”, disse, rindo. No entanto, confirmou que ela aceitou concorrer ao Senado.
Com o avanço das investigações e o robusto material colhido pela Polícia Federal, Bolsonaro segue apostando na estratégia de vitimização e de ataques às instituições. A expectativa agora recai sobre os próximos passos do STF e da PGR diante das acusações que podem levá-lo a um longo período de reclusão.