Um relatório da intervenção judicial que administra a Federação Maranhense de Futebol (FMF) e o Instituto Maranhense de Futebol (IMF) identificou transferências bancárias de contas do instituto para o ex-presidente Antônio Américo Lobato Gonçalves e seus familiares, no valor total de R$ 345.828,20. As movimentações ocorreram nos últimos dois anos, segundo o documento apresentado pela interventora judicial Susan Lucena Rodrigues à Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís.
O relatório integra a Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Maranhão (MP-MA), que apura irregularidades administrativas e financeiras na gestão anterior da FMF. Além das transferências diretas, o documento também relata saques em espécie que somaram R$ 1,7 milhão em 2025, e indícios de confusão patrimonial entre as contas da FMF e do Instituto Maranhense de Futebol, ambos sob comando de Américo até a decretação da intervenção.
Além dos indícios de desvios, o relatório aponta dívidas acumuladas da FMF superiores a R$ 2,1 milhões, entre débitos fiscais, previdenciários e trabalhistas. A intervenção judicial segue com prazo de 90 dias, período em que deverá concluir o levantamento contábil e convocar novas eleições para a presidência da entidade, em meio ao esforço de reorganizar as finanças, recuperar a credibilidade institucional e garantir transparência na gestão do futebol maranhense.
Outro lado
Procurado pelo Imirante, o presidente afastado Antônio Américo disse que as transferências foram legais, mas negou que tenha realizado os saques apontados pela interventora.
“A única questão que vou me manifestar é sobre as transferências, que foram feitas de forma transparente e clara, são absolutamente legais, tenho como provar, mas somente o farei em juízo. Quanto aos saques, posso afirmar que não fiz nenhum”, disse.
No documento, Lucena aponta que chegou a solicitar do Itaú cópias das imagens dos caixas eletrônicos onde foram realizados os saques, o que foi negado pelo banco.
Blog do Gilberto Léda