
O inconsciente do deputado Othelino Neto tem traído ele. Durante esses dois anos, o ex-presidente da Assembleia não só ficou viúvo da cadeira da presidência, mas não suporta ver a primeira mulher presidir a casa legislativa, que outrora era comandada por homens, enquanto as mulheres serviam (sem nenhum demérito) para cuidar dos assuntos da Gedema.
Othelino usou o Solidariedade para apresentar um “fato novo” para a ministra Carmén Lúcia nas vésperas do julgamento no STF. A manobra não é só para obter vitória, tumultuar o processo ou qualquer outro argumento jurídico. Como sabe que a Constituição e regimento interno estão do lado da presidente Iracema, Othelino utiliza de uma artimanha que mais parece uma violência psicológica contra Iracema.
Mas Othelino parece não apreciar que mulheres ocupem lugares de destaque. Quando sua esposa, a senadora Ana Paula Lobato, chegou em um dos cargos mais importantes da República, ocupando uma cadeira do Senado ao lado de Eliziane com 2/3 da bancada, formando maioria, era o deputado Othelino que aparecia sentado na cadeira de senador – no gabinete – despachando com políticos do Maranhão. O episódio patético foi para nas páginas de jornais do país inteiro.
O padrão se repete com Iracema. O deputado sabe que em 2026 tem eleições gerais e ele pode retornar para a Assembleia em 2027 e se candidatar outra vez para a presidência da Casa. E quem sabe, assim, ganhar.


